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Evangélicos são maioria em somente um município de MS, diz IBGE

'Cidade Natureza' de Aquidauana desponta com 45,7% da população local do município se declarando como evangélica

| CORREIO DO ESTADO / LEO RIBEIRO


Católicos viram leve redução no seu número de fiéis enquanto os cristãos, principalmente, observam esse total subir - Arquivo

Dados do recorte 'religiões: resultados preliminares da amostra', divulgados hoje pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), com base no Censo Demográfico 2022, revelam uma crescente neopentecostal e um único município em Mato Grosso do Sul onde os evangélicos já são maioria. 

Pelos números, fica evidenciado que a predominância católica em MS se mantém desde 2010, apesar desse grupo religioso observar uma leve redução no seu número de fiéis enquanto os cristãos, principalmente, observam esse total subir, chegando à maioria na cidade longe cerca de 141 quilômetros de Campo Grande. 

Conhecida como o 'Portal do Pantanal', a 'Cidade Natureza' de Aquidauana desponta como o único município sul-mato-grossense onde os evangélicos se tornaram maioria. 

Conforme dados do Censo, 45,7% da população local do município se declara como evangélica, enquanto pouco mais de 40% se dizem católicos. 

Se comparado o total de fiéis católicos em Mato Grosso do Sul, por exemplo, entre 2010 e 2022 houve uma redução percentual de quase nove pontos percentuais, indo de 60,2% da população total do Estado para cerca de 51,9% pelo último levantamento. 

Enquanto isso, no mesmo período, o total de evangélicos em Mato Grosso do Sul foi de 533.402 para 763.096, o que representa um crescimento de 25,4% desse grupo de fiéis no Estado. 

Percentualmente, os evangélicos representavam quase 26 por cento da população sul-mato-grossense em 2010 e tiveram 6,6 pontos percentuais de aumento em 12 anos. 

O IBGE faz questão de ressaltar que, apesar do aumento de evangélicos e redução de católicos, ambas as variações foram menores do que o impacto sentido por essas duas religiões na década entre 2000 e 2010. 

Entre os municípios, os maiores percentuais de católicos foram registrados em Taquarussu (76,3) e Vicentina (74,8), enquanto o segundo maior município no total de evangélicos foi Anastácio (39,2%).

'Raio-x religioso'

Além dos índices dessas duas 'principais' religiões de Mato Grosso do Sul, há uma espécie de 'raio-x' que mostra a adesão dos sul-mato-grossenses ao espiritismo, umbanda e candomblé, além das tradições indígenas ou aqueles adeptos à outras religiosidades e até mesmo sem religião. 

Conforme o Censo de 2022, o total de sul-mato-grossenses anotado por religião fica sendo: 

  • Católica Apostólica Romana: 1.219.677
  • Evangélicos: 763.096
  • Espírita: 39.526
  • Umbanda e Candomblé: 14.410
  • Tradições indígenas: 2.100

Dos demais, outros 210.472 sul-mato-grossenses se declararam 'sem religião' para o Censo de 2022, enquanto 3.955 pessoas não souberam e/ou quiseram responder. 

Outro recorte interessante destacado pelo Instituto mostra que, com exceção entre o grupo de católicos e sem religião, as mulheres se mostram a maioria entre todas as demais demonstrações de fé e crença no território de Mato Grosso do Sul. 

'Entre os três municípios de MS com os maiores números populacionais, verifica-se a tendência de predomínio das mulheres entre os grupos religiosos', expõe o IBGE em nota. 

Alguns desses indicadores, como o de pessoas espíritas ou de moradores adeptos às tradições indígenas, por exemplo, trazem análises sobre a diferença da alfabetização entre as religiões em Mato Grosso do Sul. 

Enquanto em MS os espíritas aparecem em recortes como o de 'menor porcentagem de pessoas não alfabetizadas' ou 'melhores níveis de instrução', o segundo grupo escancara a desigualdade socioeconômica e diferença de renda e escolaridade presente no Estado. 


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